23/11/2012

Nazistas Lunares de Heil Füher! - Iron Sky



Por durante um bom tempo, a alguns anos atrás, o youtube viralizava montagens de legendas com o trecho do filme A Queda (Der Untergang – 2004) onde Hitler se exaltava com seus oficiais devido às constantes perdas de batalhas e territórios. A produtora do filme, a Constantin Film Produktion solicitou à remoção de todos os vídeos parodiados do filme, alegando não só o uso indevido de propriedade autoral como também à satirização de figura histórica, no caso, o nosso “bigodinho”. Depois da retirada dos vídeos (alguns poucos conseguiram permanecer), poucas sátiras foram produzidas e se mantiveram na rede. Podemos até pensar que estas sátiras não se tratam simplesmente de uma gozação do 3º Heich, podendo ser entendido também como uma homenagem satírica desta cena que entrou para a história do cinema. E seguindo a linha de sátiras e homenagens às cenas que entraram para a história do cinema, não podemos deixar de falar sobre um dos filmes de baixíssimo orçamento, extremamente bem produzido e, pra não dizer ridículo, utilizaremos a palavra “bizarro” para descrevê-lo.

Iron Sky nos apresenta uma história que é genialmente e brevemente explicada em uma pequena cena. Abaixo vocês conferem o teaser trailer que trata-se basicamente dos primeiros 4 minutos do filme. Veja-o e continue a ler abaixo:


Logo após esta cena, nos é apresentado uma sala de aula onde a linda professora Renate Richter ensina seus pequenos e adoráveis aluninhos de oito anos, devidamente uniformizados e com suas pequeninas suásticas enfeitando seus bracinhos. A professora inicia a aula da língua mais “antipatriótica”, o inglês, e falando em inglês, começa um pequeno teste oral:

“De onde nós viemos?” – pergunta a professora.

“Da terra!” – respondem as crianças.

“E quando partimos de lá?”

“1945.”

“E pra onde fomos?”

“Para o lado negro da Lua!”

Resumindo. Em seis minutos de filme, já estamos completamente interados da história. O resto são só homenagens e bizarrices.

O objetivo dos nazistas é voltar para a terra e dominá-la. O 4º Heich, Wolfgang Kortzfleisch, interpretado pelo magnífico Udo Kier, tem como braço direito o esquentado Klaus Adler, que pretende não só liderar uma ofensiva contra a Terra como também assassinar Kortzfleisch e tornar-se o novo Füher.

Na Terra, temos “A” Presidente(a?) dos Estados Unidos (sim, ela não tem nome. É só "Presidente dos EUA" mesmo), que para alavancar sua aceitação do povo para uma reeleição, envia o primeiro negro à lua, o modelo James Washington, e está disposta à qualquer coisa para conseguir seu novo mandato.
Sendo uma sátira ao pensamento nazista, o diretor Timo Vuorensola utiliza-se muito bem de referências de outros filmes, como a cena de Hitler e exaltando com seus oficiais no filme A Queda - citada logo no início -  que neste caso apresenta o braço direito da campanha eleitoral da presidente, a linda Vivian Wagner, exaltando-se com os lideres de sua agência.

Para ensinar as criancinhas sobre a (errônea) ideologia nazista, a professora Richter apresenta uma versão de dez minutos de O Grande Ditador, de Charles Chaplin, passando uma mensagem completamente contrária do que o filme inteiro, mostrando somente “O Ditador” dançando com o globo inflável.

O astronauta/modelo Washington é capturado e submetido à “albinização”, um processo que, como o nome diz, visa transformá-lo em um integrante da raça ariana. Quando o resultado final do processo é mostrado ao 4º Heich, temos a hilária homenagem ao filme Dr. Fantástico (Dr. Strangelove – 1964), de Stanley Kubrick, na cena em que Peter Sellers, interpretando o próprio Dr. Strangelove, está sobre a cadeira de rodas e sua mão direita toma vida, fazendo o cumprimento oficial de “Heil Hitler” erguendo o braço. O mesmo acontece com Washington quando torna-se “albino”.



O filme sustenta-se com tais (e inúmeras outras) referências, aliado ao humor galhorfa com cenas de ação extremamente forçadas, como referencias a outros antigos filmes de ação. O roteiro, que atrai pela mistura de ridículo com genial, faz com que a nossa suspensão da descrença – pelo fato de, durante o filme, forçarmos à acreditar na existência de nazistas na lua – acabemos por aceitar todas as outras bizarrices que o filme apresenta.

Um dos pontos fortes de Iron Sky são os efeitos especiais. Quase que completamente filmado em chroma key, os cenários, máquinas, veículos e objetos criados em CG são impressionantemente bem feitos para um filme com um orçamento de 6,5 milhões de Euros (o que até é alto para uma produção finlandesa, mas não tanto para este porte). E se vocês não rirem com as referências claras ou com as piadas do roteiro quanto às imbecilidades do regime nazista, você vai rir pela simples bizarrice do filme.

Veja abaixo o trailer especial do lançamento internacional do filme em Berlim (irônico, não), seguido de um breve comunicado do diretor Timo Vuorensola.




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GR Machado está puto da cara pelo nome "Deu a Louca nos Nazis" dado ao Iron Sky no brasiu.

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