14/11/2012

Abraham Lincoln: O Malabarista Acrobata Caçador de Vampiros


Quase todos os homens são capazes de suportar adversidades, mas se quiser por à prova o caráter de um homem, dê-lhe poder.” – Abraham Lincoln.

Do que é capaz um garotinho que tem sua mãe assassinada por alguém cuja existência está além da compreensão humana? Matar todos, é óbvio! E aí temos Abraham Lincoln: Caçador de Vampiros. Mas não pense que o longa se trata somente de vingança. Este é o principal ensinamento do mestre do jovem Lincoln, que “abdica” (falsamente) de sua sede de vingança para livrar os EUA (entenda-se “mundo”) dos vampiros.

O diretor cazaquistanês Timur Bekmambetov, que fez sucesso na Rússia com seus épicos vampirescos Night Watch (2004) e Day Watch (2006), alem do blockbuster hollywoodiano O Procurado (2008), está de volta às grandes produções com Abraham Lincoln: Caçador de Vampiros.

Tudo começa quando o jovem Abe presencia o ataque à sua mãe por um homem desprezível e, pelo modo que a atacou, estranho. Já adulto, buscando sua vingança, Lincoln conhece o excêntrico Henry Sturges, que passa a treiná-lo na arte de matar vampiros. Com os antigos fracassos na utilização de armas de fogo, o jovem Abe dedica-se ao treinamento com um machado, utilizado não só para malabarismos como também para decapitar os mortos-vivos.

Como não poderia deixar de ser, um mestre dos efeitos especiais como Bekmambetov utiliza-os com competência, aliando às suas já conhecidas coreografias de lutas corporais, incorporando objetos, armas e cenários às belas cenas de luta entre os personagens. É difícil não imaginar que talvez Timur tenha sido, antes de sua carreira no cinema, um coreógrafo de ballet ou dança contemporânea. As seguidas batalhas corpo a corpo em locais atípicos como um estouro de tropa ou em um trem carregado de prata indo em direção à uma ponte de madeira em chamas, além dos malabarismos com as armas e objetos (vide o próprio Abe Lincoln com seu machado) são o ponto forte do filme.

Na trama, além de buscar vingança, Lincoln deve erradicar os vampiros que começam a se alastrar pelos estados unidos. Fazendo referência aos antigos escravocratas, os vampiros utilizam os escravos como alimento e transformam os humanos em “escravos do tempo”, pois como bem se sabe, um dos “castigos” dos vampiros é não envelhecer, o que para muitas pessoas é algo difícil de se imaginar, vivendo durante eras e vendo as pessoas que mais ama morrerem.


Na primeira parte do filme, vemos o jovem Lincoln treinando e matando seus primeiros vampiros, ao mesmo tempo em que se apaixona pela jovem Mary Todd “Lincoln”. Após alcançar seu primeiro objetivo, Abe decide seguir a carreira política, tornando-se presidente dos Estados Unidos e enfrentando a guerra civil, defendendo a abolição da escravatura contra os Estados Confederados da América, que com a ajuda do “Vampiro Chefe” Adam, interpretado pelo grande Rufus Sewell (protagonista da série The Eleventh Hour), ganha forças sobrenaturais de seus irmãos vampiros.

Diferentemente das fadas dos vampiros de Stephenie Meyer, os vampiros aqui plausivelmente conseguem sobreviver sob a luz do sol sem virarem globos brilhantes de festa. Entretanto, suas outras fraquezas permanecem (em partes ou menor incidência) como crucifixos, prata, fogo, água benta ou decapitação. Para tornar o filme mais dinâmico, Bekmambetov optou por ignorar também os longos e entediantes rituais de transformação de novos vampiros, reduzindo-se à uma simples mordida no pescoço de sua vitima e um pequeno gole de sangue, referencia essa também aos já conhecidos zumbis, cuja simples mordida é capaz de transformar alguém vivo em um morto... vivo.

Além das lutas (que tornam o filme divertido), o 3D é bem utilizado nas cenas de luta, com objetos sendo arremessados, estilhaços de explosões sendo jogados por todos os lados e sangue jorrando pelos ares. Apesar de não ser algo que vá influenciar na narrativa, o 3D faz bem o seu papel de atração alternativa e arrecadação pelos ingressos mais caros.

Com um enredo fraco, sem grandes reviravoltas ou roteiro ousado, Abraham Lincoln: Caçador de Vampiros se sustenta pelas cenas de luta, pelos efeitos especiais e visuais e um 3D que faz “bem” o seu papel... e nada mais. É um filme divertido para quem gosta de vampiros, quem se interessa em história, mais precisamente a Guerra da Secessão dos EUA ou simplesmente por ver sanguinolência e violência gratuita, regada a sangue e muitos malabarismos e acrobacias. Se quiser ver em 2D, sem problemas! Não estará perdendo nada. Mas vendo em 3D, além de também não perder nada, ainda treina sua capacidade de assistir a outros filmes em 3D cuja tecnologia vem melhorado cada vez mais nos últimos anos.



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GR Machado quer um machado igual ao do Abe Lincoln.

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