“Quase todos os homens são capazes de suportar adversidades,
mas se quiser por à prova o caráter de um homem, dê-lhe poder.” – Abraham
Lincoln.
Do que é capaz um garotinho que tem sua mãe assassinada por
alguém cuja existência está além da compreensão humana? Matar todos, é óbvio! E
aí temos Abraham Lincoln: Caçador de Vampiros. Mas não pense que o longa se
trata somente de vingança. Este é o principal ensinamento do mestre do jovem
Lincoln, que “abdica” (falsamente) de sua sede de vingança para livrar os EUA
(entenda-se “mundo”) dos vampiros.
O diretor cazaquistanês Timur Bekmambetov, que fez sucesso
na Rússia com seus épicos vampirescos Night Watch (2004) e Day Watch (2006),
alem do blockbuster hollywoodiano O Procurado (2008), está de volta às grandes
produções com Abraham Lincoln: Caçador de Vampiros.
Tudo começa quando o jovem Abe presencia o ataque à sua mãe
por um homem desprezível e, pelo modo que a atacou, estranho. Já adulto,
buscando sua vingança, Lincoln conhece o excêntrico Henry Sturges, que passa a
treiná-lo na arte de matar vampiros. Com os antigos fracassos na utilização de
armas de fogo, o jovem Abe dedica-se ao treinamento com um machado, utilizado
não só para malabarismos como também para decapitar os mortos-vivos.
Como não poderia deixar de ser, um mestre dos efeitos
especiais como Bekmambetov utiliza-os com competência, aliando às suas já
conhecidas coreografias de lutas corporais, incorporando objetos, armas e
cenários às belas cenas de luta entre os personagens. É difícil não imaginar
que talvez Timur tenha sido, antes de sua carreira no cinema, um coreógrafo de
ballet ou dança contemporânea. As seguidas batalhas corpo a corpo em locais
atípicos como um estouro de tropa ou em um trem carregado de prata indo em
direção à uma ponte de madeira em chamas, além dos malabarismos com as armas e
objetos (vide o próprio Abe Lincoln com seu machado) são o ponto forte do
filme.
Na trama, além de buscar vingança, Lincoln deve erradicar os
vampiros que começam a se alastrar pelos estados unidos. Fazendo referência aos
antigos escravocratas, os vampiros utilizam os escravos como alimento e
transformam os humanos em “escravos do tempo”, pois como bem se sabe, um dos
“castigos” dos vampiros é não envelhecer, o que para muitas pessoas é algo
difícil de se imaginar, vivendo durante eras e vendo as pessoas que mais ama
morrerem.
Na primeira parte do filme, vemos o jovem Lincoln treinando
e matando seus primeiros vampiros, ao mesmo tempo em que se apaixona pela jovem
Mary Todd “Lincoln”. Após alcançar seu primeiro objetivo, Abe decide seguir a
carreira política, tornando-se presidente dos Estados Unidos e enfrentando a
guerra civil, defendendo a abolição da escravatura contra os Estados
Confederados da América, que com a ajuda do “Vampiro Chefe” Adam, interpretado
pelo grande Rufus Sewell (protagonista da série The Eleventh Hour), ganha
forças sobrenaturais de seus irmãos vampiros.
Diferentemente das fadas dos vampiros de Stephenie
Meyer, os vampiros aqui plausivelmente conseguem sobreviver sob a luz do sol
sem virarem globos brilhantes de festa. Entretanto, suas outras fraquezas
permanecem (em partes ou menor incidência) como crucifixos, prata, fogo, água
benta ou decapitação. Para tornar o filme mais dinâmico, Bekmambetov optou por
ignorar também os longos e entediantes rituais de transformação de novos
vampiros, reduzindo-se à uma simples mordida no pescoço de sua vitima e um
pequeno gole de sangue, referencia essa também aos já conhecidos zumbis, cuja
simples mordida é capaz de transformar alguém vivo em um morto... vivo.
Além das lutas (que tornam o filme divertido), o 3D é bem
utilizado nas cenas de luta, com objetos sendo arremessados, estilhaços de
explosões sendo jogados por todos os lados e sangue jorrando pelos ares. Apesar
de não ser algo que vá influenciar na narrativa, o 3D faz bem o seu papel de atração
alternativa e arrecadação pelos ingressos mais caros.
Com um enredo fraco, sem grandes reviravoltas ou roteiro
ousado, Abraham Lincoln: Caçador de Vampiros se sustenta pelas cenas de luta,
pelos efeitos especiais e visuais e um 3D que faz “bem” o seu papel... e nada
mais. É um filme divertido para quem gosta de vampiros, quem se interessa em
história, mais precisamente a Guerra da Secessão dos EUA ou simplesmente por
ver sanguinolência e violência gratuita, regada a sangue e muitos malabarismos
e acrobacias. Se quiser ver em 2D, sem problemas! Não estará perdendo nada. Mas
vendo em 3D, além de também não perder nada, ainda treina sua capacidade de assistir
a outros filmes em 3D cuja tecnologia vem melhorado cada vez mais nos últimos
anos.
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GR Machado quer um machado igual ao do Abe Lincoln.
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GR Machado quer um machado igual ao do Abe Lincoln.
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