03/12/2011

Uma Sinfonia de Horror

Nosferatu foi, talvez, a primeira adaptação de um livro para o cinema. O livro é o mundialmente conhecido Drácula de Bram Stoker. Porém, por não ter sido autorizado por sua viúva, o nome do filme, dos personagens e dos locais foram todos modificados, mas assim mesmo, a história continuava a mesma, o que ocasionou a destruição de todas as cópias que fossem encontradas pela justiça, evitando qualquer violação dos direitos autorais do livro, que pertenciam à viúva de Bram Stoker. Contudo, muitas das cópias foram guardadas e ficaram escondidas até sua morte. Hoje, o filme pertence ao domínio público.
Nosferatu, de F. W. Murnau, é um clássico do expressionismo alemão, com um horror que ainda hoje é explorado com filmes de grandes orçamentos e efeitos especiais revolucionários. Embora Nosferatu seja de 1922, ele foi uma grande produção para a época, devido ao seu grande sucesso e aos efeitos especiais que eram novidade para o público da época. Cenas claustrofóbicas com o Conde Orlok (O Nosferatu)  aparecendo e desaparecendo pelos corredores de seu castelo, seus dedos longos e finos que causam arrepios ao serem vistos somente em sombras na parede, efeitos em stop-motion para representar seus poderes “sobrenaturais” de movimentar os objetos com sua mente. Fico imaginando as senhoras e senhoritas daquela época, fechando os olhos quando o Conde Orlok aparece na porta do quarto do seu castelo, onde Thomas Hutter está hospedado. Com certeza, eu não conseguiria nem dormir se eu vivesse naquela época e tivesse visto esta maravilhosa obra. Para mim, esta é uma das cenas mais perturbadoras de todos os filmes que já vi.
Em 1979, foi lançado Nosferatu: Phantom der Nacht, remake do clássico de F. W. Murnau, mas que obteve tanto sucesso quanto muitos outros filmes sobre vampiros feitos até hoje, em que dentre estes já feitos, destacam-se Dracula (1958), com os mestres do cinema (e grandes amigos) Peter Cushing e Christopher Lee (Doutor Van Helsing e Conde Drácula respectivamente); Bram Stoker's Dracula (1992), Gary Oldman, Winona Ryder, Keanu Reeves e Antony Hopkins (Vlad Tepes / Drácula, Elisabetha / Mina, Jonathan Harker e Abraham Van Helsing respectivamente); Interview with the Vampire: The Vampire Chronicles (1994), com Tom Cruise, Brad Pitt e Antonio Banderas (Lestat de Lioncourt, Louis de Pointe du Lac e Armand respectivamente), entre muitos outros que exploram todo o mito por trás dos vampiros.
Vampiros são hoje, uma boa fonte de cultura, diversão, imaginação e medo, isso devido aos livros, filmes, quadrinhos e jogos de videogame e RPG, que foram todos inspirados, não somente na fantástica história de Bram Stoker, mas também da influência artística proporcionada por Nosferatu.
Curiosidade:
Alguém sabe de onde veio a inspiração de Michael Jackson em um de seus clássicos passes no clipe Thriller? Aquele em que ele ergue um braço, com os dedos estendidos, um pouco acima do outro, ambos virados para o mesmo lado, enquanto Jackson olha para frente e canta?
Ele foi baseado em uma cena que nunca foi lembrada quando se falou do filme. Ela marca a parte final da obra, quando Conde Orlok se retira de sua nova residência, em frente à casa dos Hutter e vai à casa de seus vizinhos para saciar sua sede de sangue com o belo pescoço de Ellen Hutter. Esta cena se passa a cerca do minuto 86 do filme.
Termino esta postagem com um desenho que meu amigo Rodrigo Reis fez em homenagem a essa magnífica obra. Segue seu blog/portifólio: http://rodrigobreis.carbonmade.com/

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