07/03/2012

Monstros... ou seriam Protestos?


Há muito tempo tentamos descobrir se estamos sozinhos no universo ou se existem outras formas de vida que compartilha desta imensidão que é o espaço, vivendo em seus planetas tão insignificantes quanto o nosso, se comparados à imensidão que nos cerca. A premissa de Monsters é de que cientistas da NASA enviaram para o espaço uma sonda, cujo objetivo é coletar dados e pedaços de pedras e poeira espacial para estudos científico. O problema é que ela cai em um lugar que não estava nos planos, em uma região entre o México e os Estados Unidos, fazendo com que o que foi coletado pela sonda conseguisse sobreviver na atmosfera terrestre, levando então à ideia do filme onde os monstros do título assolam a região cuja área é colocada em quarentena sob os cuidados dos governos dos Estados Unidos e México.
Acompanhamos o fotógrafo Andrew que recebeu a missão de ir ao México e levar de volta para os EUA, Samantha, a filha de seu chefe. Eles passam por dificuldades tentando, por meios legais (e ilegais), retornar ao seu país enquanto Andrew fotografa uma terra destruído pelas bombas lançadas pelos EUA para evitar o alastramento dos monstros. Belas imagens facilmente identificadas contendo efeitos de pós-produção não perdem seu principal intuito de servir de alegoria para um protesto contra as atividades de bombardeios militares dos EUA em outros países, com a desculpa de resolver um problema que inicialmente foi criado por ele mesmo.
Em Monsters, vemos um México arrasado, com ruínas de prédios e destroços de guerra como aviões e tanques, destruídos pelos monstros contra o qual lutavam. Diante destes cenários de guerra, temos o fotógrafo, cujo trabalho é contestado pela jovem Samantha quando lhe pergunta “Precisa que algo ruim aconteça para lucrar com isso?” e eis que Andrew lhe responde prontamente “Quer dizer, como um médico?”. Mais além, Andrew conta uma curiosidade para Samantha: “Sabe quanto o jornal de seu pai paga por uma foto de uma criança morta pelas criaturas? Cinquenta mil dólares. Sabe quanto eles pagam pela foto de uma criança feliz? Nada.”, mostrando uma triste faceta da imprensa.
Quanto ao filme em si, é bonito, tem uma boa ideia e proposta, mas que em questão de roteiro foi fracamente desenvolvido, deixando os belos efeitos especiais contarem a história ao invés do próprio roteiro e desenvolvimento de seus personagens, que são tão insossos e não nos dariam nem um pouco de pena se fossem mortos pelas criaturas.
Se o objetivo do filme era mostrar a história de dois jovens tentando sobreviver em meio a uma zona de quarentena tomada por monstros gigantes, eles falharam miseravelmente. Se o objetivo foi mostrar uma história com monstros gigantes e com apelos nos efeitos especiais, eles tiveram um bom sucesso. Se o objetivo era expressar de forma alegórica o descontentamento com os EUA quanto a bombardeios e uma imprensa extremamente manipuladora e com apelo gráfico, talvez eles tivessem conseguido um sucesso somente com um público mais intelectualizado, mas que infelizmente foi pouco divulgado e rapidamente esquecido.
Abaixo, uma entrevista com Gareth Edwards, diretor de Monsters que também foi responsável por seus efeitos especiais:

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