30/07/2012

Cell Count - Entrevista com Todd E. Freeman

            Já se passaram mais de dois meses do Fantaspoa, mas o tema ainda peramanece atual, isso porque foi no encerramento Festival Internacional de Cinema Fantástico de Porto Alegre que aconteceu a premiére mundial do filme Cell Count, do diretor norte americano Todd E. Freeman.
            O Cinema Arregaçado esteve presente na sessão, onde o diretor respondeu algumas perguntas do público, numa conversa bem descontraída e divertida, além de o próprio Todd ter mandado um “Shout Out“ para os leitores do nosso querido blog.
            Leia abaixo o que Todd E. Freeman respondeu no festival, acrescentado ainda algumas perguntas feitas pelo CA.

CA – Como surgiu a ideia do filme Cell Count?
Todd - Cerca de quatro anos atrás, minha mãe caiu no chão, inconsciente, em um supermercado e foi levada às pressas para o hospital. Ela foi informada que um tumor tinha explodido em seu estômago e que o câncer tinha se espalhado por todo o abdômem. Nos meses seguintes, ela passou por inúmeras sessões de quimioterapia e tivemos que raspar sua cabeça. Eu então pensei em como lidar com aquela situação e como eu poderia ajudá-la a se curar. A essência da história é “o que você faria e sacrificaria para salvar a pessoa que você ama?”. Então desenvolvi a ideia de colocar uma criatura viva dentro do corpo da pessoa doente para se alimentar da doença e regenerar as células saudáveis. Essa parte não acontece na vida real. Mas minha mãe venceu o câncer e essa é a melhor coisa que já me aconteceu.

CA - Como foi o processo criativo, da concepção do roteiro, escolha dos atores e início das filmagens?
Todd - É sempre diferente. No passado, eu sempre fiquei mais à vontade escrevendo para os atores que eu conheço e amo. Cell Count não fui muito diferente. Eu escrevi em grande parte para as grandes atores que eu conhecia no Oregon. Tivemos testes de elenco para pequenos papéis, mas a maior parte eu escrevi para quem eu conhecia. Filmamos em dezembro de 2010.

CA – Como vocês encontraram a prisão utilizada no filme?
Todd - Nós realmente tivemos muita sorte. O estado de Oregon votou na construção de uma prisão com o dinheiro de impostos. Depois que ela foi construída, houve uma outra votação decidindo que não valia a pena os nossos dólares de impostos serem utilizados para finalizar a construção. É uma prisão nova, que nunca teve um único preso. Uma vez que vimos o local, tivemos certeza de que ali era o lugar perfeito para gravar. Nosso produtor, Ethan Black, trabalhou incansavelmente para conseguirmos filmar lá. Isso fez com que o filme ficasse melhor do que imaginávamos. Somos gratos a ele.

CA - Sendo o filme inspirado na luta de sua mãe contra o câncer, por que você escolheu um suspense de ficção-científica para fazê-lo, ao invés de um drama, como uma pessoa "normal" faria?
Todd - Ha. Engraçado. Alguém me fez esta pergunta no festival e o público deu várias risadas. A resposta é simples. Eu sou estranho, eu acho. Eu sempre lidei com a tragédia de maneiras estranhas. Acho que eu sempre lido com tudo na minha vida de forma única. Eu filtrei essas coisas no meu cérebro de modo estranho e “cuspi” a ideia de Cell Count de forma criativa. Então, sim. Eu não sou uma pessoa normal.

CA - Quais foram as maiores dificuldades que você enfrentou, incluindo os efeitos especiais?
Todd - Anos atrás eu tive reuniões com Christina Kortum sobre efeitos especiais e sangue falso. Essas ideias ficaram na minha cabeça por anos e ela (Christina) as traduziu magnificamente para a tela. Sem ela e o artista digital Mike Prosser, o filme não teria funcionado tão bem como ficou. Eu gosto muito de colaborar com artistas incríveis que estão se esforçando para serem o melhor no que fazem. Fui abençoado para trabalhar com alguns dos atores mais talentosos neste filme. Sem eles, sinceramente, eu não sou nada.

CA - Nos créditos, a “Produção” é mostrada como "Freeman Brothers". Como é seu relacionamento com seu irmão em suas produções e quais são as funções assumidas por ambos?
ToddBem. Por anos a nossa empresa de produção produziu ambos roteiro e direção, por mim e meu irmão Jason. Cell Count foi escrito e dirigido por mim e ele co-produziu e co-dirigiu o filme. Com sua produção mais recente “The Weather Outside” chegando aos festivais ainda este ano, ele escreveu e dirigiu e eu co-produzi e co-dirigi. Temos criatividades muito semelhantes. Não precisamos de muita comunicação em palavras. Nós viemos do mesmo universo no filme, não necessariamente contando histórias deste mundo.

CA – Cell Count tem um final em aberto para uma sequência. Você irá produzi-la? Já tem uma idéia sobre como será? Será seu próximo projeto ou há algum outro em vista?
Todd - Nós estamos esperando para fazer uma sequência de Cell Count. Ela foi deixada em aberto apenas para decidirmos se podemos fazer algo que seja bem divertido com esses personagens e temas. Eu tenho escrito algumas coisas sobre a próxima história e tenho várias páginas de roteiro escrito, mas nada de concreto. Eu posso lhe dizer que ele é chamado de Cell Count II: 100 Miles of Bad Road. Estamos atualmente desenvolvendo duas produções ainda para este ano. Um é baseado em um dos livros de nosso pai, The Rest of Us. O outro é de Jason (Freeman) e eu, o primeiro roteiro original escrito por nós dois, chamado de "Devil Rides Shotgun". Nós vamos co-dirigir os dois filmes.

            Cell Count conta a história de Russel Cameron, que faz de tudo para conseguir curar sua esposa de uma doença mortal. Ambos aceitam um tratamento experimental de um médico que diz já ter sofrido da mesma doença e sobrevivido. Eles ficam internados em um hospital/prisão, junto de outros pacientes que também procuram a cura do mesmo mal. Mas há algo de maléfico por trás de tudo e eles devem permanecer unidos para sobreviverem.
            Veja abaixo o trailer e depois a última parte da entrevista com João Pedro Fleck, o criador e organizador do Fantaspoa, contando com o “Shout Out“ do próprio Todd E. Freeman para os leitores do Cinema Arregaçado.





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