O
Cinema Arregaçado esteve presente na sessão, onde o diretor respondeu algumas
perguntas do público, numa conversa bem descontraída e divertida, além de o
próprio Todd ter mandado um “Shout Out“ para os leitores do nosso querido blog.
Leia
abaixo o que Todd E. Freeman respondeu no festival, acrescentado ainda algumas
perguntas feitas pelo CA.
CA – Como
surgiu a ideia do filme Cell Count?
Todd - Cerca
de quatro anos atrás, minha mãe caiu no chão, inconsciente, em um supermercado
e foi levada às pressas para o hospital. Ela foi informada que um tumor tinha
explodido em seu estômago e que o câncer tinha se espalhado por todo o abdômem.
Nos meses seguintes, ela passou por inúmeras sessões de quimioterapia e tivemos
que raspar sua cabeça. Eu então pensei em como lidar com aquela situação e como
eu poderia ajudá-la a se curar. A essência da história é “o que você faria e
sacrificaria para salvar a pessoa que você ama?”. Então desenvolvi a ideia de colocar
uma criatura viva dentro do corpo da pessoa doente para se alimentar da doença
e regenerar as células saudáveis. Essa parte não acontece na vida real. Mas
minha mãe venceu o câncer e essa é a melhor coisa que já me aconteceu.
CA - Como
foi o processo criativo, da concepção do roteiro, escolha dos atores e início das
filmagens?
Todd - É
sempre diferente. No passado, eu sempre fiquei mais à vontade escrevendo para
os atores que eu conheço e amo. Cell Count não fui muito diferente. Eu escrevi
em grande parte para as grandes atores que eu conhecia no Oregon. Tivemos
testes de elenco para pequenos papéis, mas a maior parte eu escrevi para quem
eu conhecia. Filmamos em dezembro de 2010.
CA – Como
vocês encontraram a prisão utilizada no filme?
Todd - Nós
realmente tivemos muita sorte. O estado de Oregon votou na construção de uma
prisão com o dinheiro de impostos. Depois que ela foi construída, houve uma
outra votação decidindo que não valia a pena os nossos dólares de impostos
serem utilizados para finalizar a construção. É uma prisão nova, que nunca teve
um único preso. Uma vez que vimos o local, tivemos certeza de que ali era o
lugar perfeito para gravar. Nosso produtor, Ethan Black, trabalhou
incansavelmente para conseguirmos filmar lá. Isso fez com que o filme ficasse
melhor do que imaginávamos. Somos gratos a ele.
CA - Sendo
o filme inspirado na luta de sua mãe contra o câncer, por que você escolheu um
suspense de ficção-científica para fazê-lo, ao invés de um drama, como uma
pessoa "normal" faria?
Todd - Ha.
Engraçado. Alguém me fez esta pergunta no festival e o público deu várias risadas.
A resposta é simples. Eu sou estranho, eu acho. Eu sempre lidei com a tragédia
de maneiras estranhas. Acho que eu sempre lido com tudo na minha vida de forma
única. Eu filtrei essas coisas no meu cérebro de modo estranho e “cuspi” a
ideia de Cell Count de forma criativa. Então, sim. Eu não sou uma pessoa
normal.
CA - Quais
foram as maiores dificuldades que você enfrentou, incluindo os efeitos
especiais?
Todd - Anos
atrás eu tive reuniões com Christina Kortum sobre efeitos especiais e sangue
falso. Essas ideias ficaram na minha cabeça por anos e ela (Christina) as
traduziu magnificamente para a tela. Sem ela e o artista digital Mike Prosser,
o filme não teria funcionado tão bem como ficou. Eu gosto muito de colaborar
com artistas incríveis que estão se esforçando para serem o melhor no que
fazem. Fui abençoado para trabalhar com alguns dos atores mais talentosos neste
filme. Sem eles, sinceramente, eu não sou nada.
CA - Nos
créditos, a “Produção” é mostrada como "Freeman Brothers". Como é seu
relacionamento com seu irmão em suas produções e quais são as funções assumidas
por ambos?
Todd – Bem.
Por anos a nossa empresa de produção produziu ambos roteiro e direção, por mim
e meu irmão Jason. Cell Count foi escrito e dirigido por mim e ele co-produziu
e co-dirigiu o filme. Com sua produção mais recente “The Weather Outside” chegando
aos festivais ainda este ano, ele escreveu e dirigiu e eu co-produzi e co-dirigi.
Temos criatividades muito semelhantes. Não precisamos de muita comunicação em palavras.
Nós viemos do mesmo universo no filme, não necessariamente contando histórias deste
mundo.
CA – Cell
Count tem um final em aberto para uma sequência. Você irá produzi-la? Já tem
uma idéia sobre como será? Será seu próximo projeto ou há algum outro em vista?
Todd - Nós
estamos esperando para fazer uma sequência de Cell Count. Ela foi deixada em
aberto apenas para decidirmos se podemos fazer algo que seja bem divertido com
esses personagens e temas. Eu tenho escrito algumas coisas sobre a próxima história
e tenho várias páginas de roteiro escrito, mas nada de concreto. Eu posso lhe
dizer que ele é chamado de Cell Count II: 100 Miles of Bad Road. Estamos atualmente
desenvolvendo duas produções ainda para este ano. Um é baseado em um dos livros
de nosso pai, The Rest of Us. O outro é de Jason (Freeman) e eu, o primeiro
roteiro original escrito por nós dois, chamado de "Devil Rides
Shotgun". Nós vamos co-dirigir os dois filmes.
Cell
Count conta a história de Russel Cameron, que faz de tudo para conseguir curar
sua esposa de uma doença mortal. Ambos aceitam um tratamento experimental de um
médico que diz já ter sofrido da mesma doença e sobrevivido. Eles ficam
internados em um hospital/prisão, junto de outros pacientes que também procuram
a cura do mesmo mal. Mas há algo de maléfico por trás de tudo e eles devem
permanecer unidos para sobreviverem.
Veja
abaixo o trailer e depois a última parte da entrevista com João Pedro Fleck, o
criador e organizador do Fantaspoa, contando com o “Shout Out“ do próprio Todd
E. Freeman para os leitores do Cinema Arregaçado.
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