Apesar
de grande parte dos filmes de Ficção Científica serem baseados em obras
literárias, o primeiro filme considerado do gênero é um roteiro original.
Trata-se de Viagem à Lua de Georges Méliès, um ilusionista francês que assistiu
à exibição do cinematógrafo dos irmãos Lumiére, com os filmes da chegada do
trem à estação e a saída dos trabalhadores da fábrica. Méliès ficou
impressionado com o potencial do aparelho. Após adquiri-lo, concebeu o filme
Viagem à Lua em 1902. A partir
daí, filmes utilizando-se de cenários futuristas, maquiagens, figurinos e
efeitos visuais passaram a fazer parte do cinema fantástico.
Alguns
anos depois, foram lançados filmes considerados como Ficção Científica mas que
foram esquecidos por não serem tão bem concebidos e recebidos, é o caso por
exemplo de The Doctor`s Experiment (1908), L`èlectrocuté (1911) e outros. Em
1916 temos uma das primeiras adaptações de obras literárias do gênero, uma das
obras máximas de Julio Verne, 20000 Léguas Submarinas. Começam então as
produções de filmes adaptados em obras literárias, como O Médico e o Monstro (1920)
do livro de Robert Louis Stevenson, The Lost World (1925) do livro de Sir
Arthur Conan Doyle e Frankenstein (1931) da obra de Mary Shelley. Em 1931
também temos uma das primeiras refilmagens do cinema, O Médico e o Monstro, que
assim como no original, a utilização da maquiagem é imprescindível para a
narrativa da história.
Pouco
antes, no final da década de 20, o cineasta Fritz Lang concebe filme que é
reconhecido como um dos mais importantes da Ficção Científica e do cinema.
Metropolis (1927) utiliza-se de cenários, figurinos, maquiagens, miniaturas e
maquetes para criar os efeitos visuais em uma época que o próprio setor de
efeitos ainda engatinhava na criação do imaginário, de algo distante, porém
plausível, aproveitando-se para fazer criticas à sociedade e à política de
industrialização que no início do século era um dos principais causadores de
desemprego e previa a dependência quase total da máquina pelo ser humano.
As
continuações e refilmagens de filmes passaram a ser fortemente explorados, como
A Noiva de Frankenstein (1935) e O Filho de Kong (1933), este sendo uma espécie
de continuação vagabunda do clássico King Kong (1933) que diferentemente do
original, que não pode ser considerado ficção-científica por não conter ciência
e/ou tecnologia para explicar a história, utiliza-se de uma tecnologia
plausível como máquinas e equipamentos diversos.
Observando
que o mercado cinematográfico de Ficção Científica arrecadava uma boa
quantidade de dinheiro, mesmo com continuações diretas (ou tentativas) e refilmagens,
os estúdios passaram a fazer variações de personagens e temas de outros filmes
originais ou adaptados, criando novas histórias para explorarem, além também de
utilizarem as histórias em quadrinhos. Nestes casos, se enquadram os filmes O
Filho de Frankenstein (1939), A Mulher Invisível (1940) e a adaptação das
histórias em quadrinhos de Flash Gordon, com uma primeira aparição em 1936 e
seguindo-se com outras aventuras do herói intergaláctico em 1938, 1940 e assim
em diante.
Podemos
notar que até três décadas após os primeiros filmes de Ficção Científica,
grandes nomes do gênero apareceram, sejam eles originais, adaptados,
continuações, refilmagens e diversificações de temas e personagens, mas
acabaram ficando esquecidos quando os filmes de horror e suspense (estes às
vezes continham traços gênero, mas a essência principal era horror e suspense)
por pouco mais de uma década, até que a Ficção Científica retornasse com força
gradual até emplacar novos e grandes títulos nos cinemas.
Continua...
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