Entrei no cinema dez minutos antes de começar o
filme. Muitas cadeiras vazias e pouquíssimas ocupadas, na maioria por pessoas
com aparentemente trinta anos. Casais, grupo de amigas, de amigos, pessoas
solitárias, mas alegres. Se eu não soubesse qual filme iria passar nesta
sessão, não me passaria nenhum outro filme na cabeça que me remetesse a esse
público. Sento-me na minha poltrona enquanto desligo meu celular e preparo
minha lata de cerveja gelada para abrí-la ao apagar das luzes. As pessoas
começam a adentrar no cinema, acomodando-se em seus assentos. E o murmurinho
começa, junto dos sons típicos dos pacotes de pipoca, biscoitos e chocolates,
aliados sons de latas e garrafas de refrigerante sendo abertas. A sala está
praticamente lotada, ficando vazios talvez o mesmo número de assentos que
estavam ocupados no momento em que entrei. E isso já passava de dez minutos. As
luzes se apagam, os murmurinhos diminuem (mas infelizmente ainda continuam), os
brilhos das telas dos celulares parecem os reflexos de pequenos planetas
próximos a um grande sol à sua frente. São treze anos depois de 1999. E eu vi.
American Pie – O Reencontro é (atrevo-me a escrever/dizer isso)
um dos filmes mais esperados do ano. Não é todo o ano que vemos a retomada de
uma saga que marcou nossa infância e adolescência, e mesmo com continuações
cada vez piores, a nostalgia em relação ao primeiro filme aumentava cada vez
mais, deixando-nos loucos por um reencontro dos cinco amigos Jim, Oz, Kevin,
Finch e Stifler.
O Reencontro mostra o final de semana dos amigos
em uma reunião com todos os colegas do ano de 1999, do ensino médio. Não só os
atores que representaram os protagonistas, como também todos que representaram os
outros personagens que participaram e fizeram até mesmo uma ponta nos filmes
anteriores.
Jim e Michelle já tem um filho de dois anos,
mas estão passam por problemas conjugais relacionados ao sexo, onde não há mais
tanta paixão em suas relações sexuais. A cena inicial nos apresenta este fato
com piadas que não só remetem ao filme original como utiliza-se de um humor que
relacionam os avanços tecnológicos dos dias de hoje, se comparados com o final
da década de 90. Estas piadas, com referências de avanço da tecnologia, estão
em várias partes do filme, onde podemos ressaltar uma das melhores, quando
Stifler pede para usar o telefone da casa de alguém da vizinhança e o dono
questiona-o perguntando se ele não possui aparelho celular. Stifler lembra-se
que naquela época (1999), o aparelho ainda não estava tão popularizado ao pondo
de ele mesmo ter um.
Cenas que nos remetem às passagens clássicas
dos primeiros filmes nos fazem lembrar como eles eram tão bons, divertidos e
sem se preocupar com a censura, como uma das primeiras cenas quando os cinco
amigos se reunem na noite de sexta feira para beber e Jim acorda-se na manhã
seguinte no chão da cozinha de sua casa, completamente suja e desarrumada,
enquanto veste somente uma camiseta (exatamente, só de camiseta). Michelle e
sua antiga amiga de banda do acampamento, a anos atrás, adentram a peça, quando
ele encontra talvez o pior e mais engraçado modo de esconder seu pênis.
Envolvendo alguns dramas amorosos, cujo cada
cena termina com algum acontecimento hilário seguido de um drama e uma nova
ambição por parte do protagonista desta sequência, mentiras tornam-se verdades
e problemas ficam piores. Mas não se preocupem! O Pai do Jim, Mr. Levenstein,
pode lhe dar uns conselhos, depois ficar um pouco embriagado e fazer o que
muitos jovens daquela época ansiavam em fazer com uma das personagens mais
queridas da série (original, os três primeiros filmes). Mesmo tendo os
murmurinhos e comentários desnecessários das pessoas sentadas à nossa volta,
acabamos não nos desvirtuando da história, que mantém nossa atenção do início
ao fim, sem longas sequências mais lentas. É um filme dinâmico e divertido, que
quando termina, não acreditamos que já se passou uma hora e cinquenta minutos
desde que as luzes da sala de cinema apagaram.
American Pie – O Reencontro estreou nesta
sexta, dia 20 de abril e é uma das
pedidas deste final de semana para aqueles que tiveram infância e adolescência
vendo um dos maiores clássicos dos filmes Teen High School (não o Musical,
por favor!)
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