15/12/2012

O Hobbit - Uma Jornada Inesperada


Dez anos se passaram desde que vimos a jornada de Frodo e Sam pelas terras de Mordor para destruir o precioso Anel, ou as batalhas travadas com os guerreiros Aragorn, Gimli e Legolas contra exércitos intermináveis de orcs em uma Terra Média prestes à ser dominada por Sauron. Agora, depois de anos de espera e apreenção, Peter Jackson retorna ao mundo criado por J. R. R. Tolkien, mostrando a fantástica aventura de Bilbo Bolseiro, sessenta anos antes dos acontecimentos de O Senhor dos Anéis.

Em O Hobbit, o pequeno Bilbo, interpretado magnificamente por Martin Freeman, parte em uma aventura junto com o anão Thorin Escudo-de-Carvalho e sua companhia composta de mais doze anões, além da assistência do mago Gandalf, para reconquistarem seu lar na Montanha Solitária, o reino de Erabor, dominada pelo cruel dragão Smaug.



Assim como em O Senhor dos Anéis, Peter Jackson adapta a obra de Tolkien para o cinema, junto de suas parceiras de longa data, Fran Walsh e Philippa Boyens, além da contribuição visionária do diretor Guillermo del Toro. A ideia de Jackson em adaptar este único livro para três filmes, foi vista com receio pelos fãs. Entretanto, o diretor decidiu não só adaptar os apêndices publicados junto com a trilogia do anel, onde constam inúmeros complementos ao período em que se passa O Hobbit, como também criar narrativas para encaixar na adaptação, contribuindo para as construções dos personagens e na narrativa da história.

Logo no início, somos apresentados à história do próspero reino de Erabor e como ele caiu em desgraça pelas garras do poderoso Smaug. A introdução é narrada pelo velho Bilbo Bolseiro, interpretado pelo nosso velho amigo Ian Holm, cuja ambientação se passa pouco antes de sua festa de centésimo décimo primeiro ainversário, que abre a saga do anel. É nesta narrativa em que se inicia a história de sua inesperada jornada, quando se encontra com o mago cinzento.

Sentimos uma agradável sensação nostálgica ao longo do filme, quando transcrições do livro são interpretadas no filme, como o encontro de Gandalf com Bilbo no início da jornada, quando se dá uma breve discussão sobre o significado das palavras "Bom dia" proferidas pelo hobbit ao mago, ou quando Gandalf conta a história de seu avô Mungo Bolseiro e suas batalhas contra os orcs, causando risadas na plateia por lembrar-nos às citações de Tolkien no livro.
Ian McKellen como o divertidíssimo Gandalf O Cinzento

Quanto às livres criações de Jackson, Fran e Philippa para a narrativa, nos é apresentado o motivo da alcunha Escudo-de-Carvalho de Thorin e seu confronto com o personagem criado para ser o vilão do primeiro filme, o grande Orc Branco, responsável por assassinar o rei dos anões exilados de Erabor.
Durante o filme inteiro vemos situações onde as habilidades e responsabilidades do pequeno hobbit é posta à prova, como quando ele tenta distrair os trolls que estão prestes à devorar os anões capturados, até que o nascer do sol os transforme em pedra. Entretanto, certamente, um dos momentos mais importantes para conhecermos o verdadeiro caráter de Bilbo é quando ele deixa de atacar Gollum, pois diante da expressão de tristeza e desespero profundo da criatura por ter perdido seu precioso anel, a piedade do hobbit impera sobre a situação desesperada na fuga da caverna das montanhas das altas passagens.

As interpretações dos atores são obras de arte à parte. Martin Freeman interpreta magistralmente um hobbit acomodado, que se vê em uma aventura que pode mudá-lo para sempre. Seus movimentos um tanto infantis demonstram não só a despreocupação de um povo calmo, como dá o tom infantil a qual o livro foi escrito. Os anões, com seus trejeitos e manias variadas mostram que é possível, e necessário, mais do que capas coloridas para diferenciar uns dos outros. Richard Armitage desempenha impecavelmente o papel de um ótimo líder, colocando sua própria vida em risco para salvar seus companheiros. Ian McKellen entretanto, talvez seja o personagem mais querido do filme. O Gandalf Cinzento é infinitamente mais divertido do que o Gandalf Branco apresentado na trilogia anterior, fato este que levou o próprio ator a divulgar que prefere a versão cinza e jovial do personagem.

Richard Armitage, O Thorin Escudo-de-Carvalho
Sendo O Hobbit um filme tão longo (169 minutos), é possível notarmos algumas extensões desnecessárias em determinadas partes da narrativa, como a apresentação de Radagast O Castanho. Não que ele seja desnecessário à narrativa, mas devido à sua exposição demasiada longa para alguém cuja importância é só descobrir o retorno do Necromante ao reino dos homens, que no livro é relatado como a aventura de Gandalf depois que ele se separa de Thrin e sua companhia diante da Floresta Negra para se encontrarem somente no final do livro, na cahamda Batalha dos Cinco Exércitos. Radagast é também um alívio cômico desnecessário, pois tal compromisso ficou a cargo dos anões, cuja apresentação hilária na reunião na casa de Bilbo serve também para demonstrar o bom humor e a amizade que o grupo compartilha, além de suas exímias habilidades manuais.

O longa compreende os seis primeiros capítulos do livro, que seguem a linha cronológica descrita por Tolkien e muito bem marcadas nas viradas de cada ato. A decupagem das cenas de ação são impecáveis, mostrando uma sincronia impressionante entre os anões em batalha, os seus rivais e o ambiente em volta, que é sempre muito bem utilizado pelos guerreiros. Vale citar também a incrível cena dos gigantes de pedra lutando entre si, enquanto a trupe tenta sobreviver às chuvas de água e pedra.

Quanto ao 3D, não posso me aprofundar no assunto pois, de acordo com a proposta de Peter Jackson, ele está diretamente relacionado à velocidade de gravação em 48p, cuja sala já estava lotada quando adquiri meu ingresso e fui forçado a assistir à projeção normal de 24p. O que posso dizer isoladamente sobre o 3D é que seu uso não foi exagerado. Não há cenas cujos planos foram forçados para a utilização da tecnologia. O 3D é bem utilizado nos nos determinados planos em que realmente é necessário, e por que não dizer "bonito"? Quando eu assistir O Hobbit em 48p, colocarei aqui minhas opiniões sobre a tecnologia.

O Hobbit foi um dos filmes mais esperados do ano e certamente, devido ao seu lançamento em 3D, alcançará alguma das primeiras posições nos filmes mais lucrativos da história, chegando bem perto de Titanic e Avatar de James Cameron (e se Peter Jackson decidir lançar a versão estendida no meio de 2013, certamente vai bater a bilheteria do colega cienasta).


29/11/2012

Aquecimento O Hobbit - Terra Média Linhas Aéreas e Premiére


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O Cinema Arregaçado estará na pré-estreia de O Hobbit, na sessão das 23:55 do dia 13 de dezembro. Fiquem atentos com a postagem especial de sexta!
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Nesta quarta feira, dia 28 de novembro, ocorreu a premiere especial de O Hobbit em Wellington, ou melhor, The Middle of the Middle Earth, atual capital da Nova Zelândia. O nome é comemorativo pelo lançamento do longa, que conta também com diversas mudanças especiais, como a cunhagem das moedas locais com a temática de O Hobbit.


Moedas personalizadas de prata com Bilbo, Thorin, Gandalf,
Elrond, Radagast e Gollum
Moedas especiais com Bilbo, Gandalf e Thorin Escudo-de-Carvalho

E como era de se esperar na Nova Zelândia, além de prepararem pontos turísticos com a temática inspirada no mundo criado por J. R. R. Tolkien, nada mais justo do que o fã ir visitar a Terra Média em um avião completamente estilizado. É o que a Air New Zealand está fazendo para receber os turistas Tolkenianos.

Com uma pintura mostrando os personagens e os cenários do filme O Hobbit, o Boeing 777-300 é uma atração à parte na Nova Zelândia. Como parte de uma atração publicitária, a Air New Zealand visa chamar não só clientes para viajarem de avião, como também incentivá-los a visitar o país que é conhecido a Terra Média do mundo real.

A Air New Zealand já lançou um comercial inspirado no mundo de Tolkien adaptado por Peter Jackson no cinema, com a participação mais que especial do próprio diretor. Confira:


Veja  abaixo as imagens do "Hobbit 777-300":


Só pra lembrar, Peter Jackson também lançou semana passada a parte 9 de sua série de vídeos da produção de O Hobbit. Você pode assistir aqui na nossa postagem completa dos vídeos de produção.


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GR Machado gostaria de ver um avião da Air New Zealand pintado de Smaug.


28/11/2012

A Cabana Na Floresta

O cinema sempre gostou de comentar sobre o próprio cinema. Desde Crepúsculo dos Deuses (Sunset Blvd - 1950), mostrando uma atriz decadente, reflexo da crueldade dos estúdios com os efeitos da passagem do tempo de suas atrizes, até filmes como Noite Americana (La Nuit Américaine - 1973), O Desprezo (Le Mépris - 1963), e na memória mais recente, Vivendo no Abandono (Living in Oblivion - 1995)  e Hugo (2011), os realizadores dessa arte tão expansiva sentem a necessidade de avaliarem os seus próprios conceitos, e nada melhor para isso do que transformar essa reflexão em um filme.



Existem diversas formas de se abordar o cinema dentro dele próprio. Há como os filmes acima citados fizeram: ambientar o filme dentro do próprio universo daqueles que os fazem, com os dramas de seus diretores, roteiristas, atores e equipe técnica. Existem, porém, outras formas. Às vezes, o filme dentro do filme não é uma camada o suficiente de comentário, e é necessário ir mais além. Um bom exemplo é o filme A Sombra Do Vampiro (Shadow of the Vampire - 2000). Não bastando apenas tratar das filmagens do Nosferatu (1922) de Murnau, o filme ainda injeta uma camada de horror acima da recriação do esforço de realizar aquele importante filme de vampiro; ele cria uma mitologia em cima da mitologia.

Ou então um diretor pode querer comentar especificamente sobre um gênero. A série Pânico, por exemplo, sob o manto do veterano Wes Craven, brinca com as convenções do horror, sobretudo do subgênero conhecido como “slasher”, que acomoda personalidades delicadas como a de Jason Voorhes, Michael Myers e Freddy Krueger. Craven cria um filme auto- consciente mas levado de maneira séria, criando inclusive um personagem que está ali unicamente para criar uma ponte com o fã de filmes de horror. Como este personagem morre no segundo filme, o terceiro leva a brincadeira metalinguística a outro nível: Um filme sobre o filme numa repetição da brincadeira que Craven já tinha feito, brilhantemente, no capítulo final da sére A Hora Do Pesadelo (Nightmare on Elm Street).

Jovens vítimas da cabana.


E então há The Cabin In The Woods (lançado por aqui como "A Cabana na Floresta"). Embora, como mostrado acima, a ideia não seja nova, é sempre incrível como as mentes inquietas e criativas ao redor do mundo sempre encontram novas maneiras de expressa-la. Nesse caso, Drew Goddard, diretor iniciante apadrinhado pelo agora todo poderoso vingador Joss Whedon, brinca novamente com as mesmas premissas de Pânico, mas ao invés de apenas satiriza-las, ele se propõe o impossível: explica-las.

Quantas vezes nos perguntamos os motivos dos personagens agirem tão idioticamente em situações de extremo risco? E se eles – tinham – que agir daquela forma? Sem esconder o teor metalinguístico da trama desde o inicio, o filme acerta em não tentar tornar isso uma surpresa. As motivações, estas sim, são guardadas para mais além, mas o fato de que o filme não será um horror convencional é estampado desde o primeiro minuto pós créditos, no qual dois homens conversam sobre assuntos banais em algum lugar que parece não se relacionar com a trama principal do filme. Em dado momento, o titulo do filme aparece, com um som alto e estridente, como de praxe nos filmes de horror. A brincadeira é a seguinte: isso deveria acontecer após uma cena de abertura tensa, onde algum personagem é assassinado nos apresentando o monstro ou assassino do filme, e a forma com a qual o realizador vira isso de ponta a cabeça, sem cerimônias, já é um atestado da inteligência do que virá a seguir.

Conversa sobre assuntos banais em algum lugar que não parece se relacionar com a trama principal do filme.


O filme não se contenta em fazer um comentário apenas em relação aos slashers; conforme a história avança, o comentário se estende ao cinema de horror como um todo (os comentários em relação aos japoneses são especialmente bem colocados, bastando lembrar da ascensão do horror nipônico nos últimos 10 anos no mercado mundial) e, em dado momento, se torna um comentário brilhante sobre nossa relação com o cinema em si. Um momento que retrata bem isto é quando um dos personagens encontra um espelho que possibilita enxergar o que acontece no quarto ao lado; a conveniência de haver uma outra personagem quase se despindo, do outro lado, sugere uma brincadeira com a qualidade de “voyeur” que o cinema nos dá. O mesmo comentário é martelado com as palavras de um dos “diretores” (num paralelo, agora óbvio, com o próprio diretor de um filme), enquanto assiste uma cena de sexo em uma floresta: “Não somos os únicos assistindo isso”.

A auto-consciência do filme é muito bem vinda: os atores que fazem os jovens interpretam perfeitamente os cinco arquétipos que estamos acostumados a ver nesses filmes. As brincadeiras vão além de satirizar as idiotices cometidas pelos personagens; em certo ponto, um personagem pergunta se os outros não estão ouvindo as mesmas vozes fantasmagóricas que ele houve (enquanto num filme normal, provavelmente o personagem guardaria a presença das vozes para si), e em dado momento, há uma brincadeira inclusive com aquele ponto convenientemente iluminado no meio do mato, onde algum casal vai resolver fazer sexo e, obviamente, morrer.

Apesar de nunca esconder o que é, comentar demais sobre The Cabin pode tirar o gostinho que algumas cenas podem causar, principalmente ao fã de filmes de horror que já se encontra completamente cínico em relação às convenções do gênero. Apesar do comentário metalinguístico sobre o gênero, esse é um filme que o respeita. Provavelmente a cena que melhor mostra é isso é a cena do porão. Quando os cinco jovens manuseiam objetos que nos remetem aos catalisadores dos problemas de outros filmes de horror, é que realmente cai a ficha sobre o significado do filme. "The Cabin In The Woods” não veio para meramente satirizar o gênero, ou comentar sobre a preguiça com a qual ele vem sendo conduzido nos últimos tempos. Com o universo criado nesse filme e as explicações dadas, ele tem um papel ainda maior. É um filme que conserta outros filmes, e você nunca mais terá que revirar os olhos quando um grupo de adolescentes se divide enquanto perseguidos por um assassino sanguinário. Ou uma multidão de zumbis. Ou uma matilha de lobisomens. Ou...






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Alexandre Machado agora entende porque as vítimas de terror são tão estúpidas.



26/11/2012

Projeto X… Ou deveria ser Y?


O termo “Sonho Americano” refere-se à igualdade de oportunidades e de liberdade a todos os cidadãos que residem nos Estados Unidos para atingirem seus objetivos de vida com seus próprios esforços e determinações. Mas convenhamos! Existe um Sonho Americano melhor do que aquelas festas arrasadoras que são mostradas nos filmes de comédia adolescente? Projeto X mostra não uma, mas “A Festa” ideal para se lembrar pelo resto da vida.



Projeto X é o documentário (fake) rodado durante o dia de aniversário de Thomas, um adolescente qualquer, definido pelo próprio pai como um fracassado. Seu amigo Costa é quem está por trás da organização d’A Festa e “apresenta” o documentário, prometendo a Thomas uma festa que ninguém jamais esquecerá. JB é o amigo mais fracassado do grupo e está presente nos melhores momentos, assim como Dax, que é o câmera principal do documentário.

Dax, o câmera.
Logo no início do longa já reconhecemos Thomas, Costa e JB como fracassados na sociedade escolar, mas a promessa de Costa em organizar a festa é a chance de passarem a ser populares na escola. Os pais de Thomas sairão de viagem e deixarão a casa aos cuidados do seu filho, acreditando que a festa não passará de uma pequena reunião com seus amigos regada à pizza e refrigerante.

Costa, durante toda a apresentação da história, se mostra um “ex-comedor” na época em que vivia no Queens, em New York e vive lamentando-se por ter se mudado para Pasadena e ficar amigo de Thomas e JB, acabando com sua questionável popularidade. Pervertido sexual e incansável em suas tentativas fracassadas de aparentar ser popular, Costa convida todas as alunas da escola que, por sua vez, serão a propaganda da festa.

Apesar da impopularidade, o grupo tem a amiga Kirby, mais próxima a Thomas do que aos outros, que se mostra amiga e conselheira do aniversariante durante grande parte do filme. Desde o início, durante os convites na escola, já notamos um futuro romance entre os dois, mas que somente será revelado próximo ao final do filme.

Costa, Thomas e JB
Assim como os filmes adolescentes, cada cena tem sua grande piada, mas seguindo a linha do "politicamente incorreto" de filmes como Superbad (2007) e Pineapple Express (2008). Em Projeto X temos uma sensação de apreensão alheia, como a cena em que os garotos vão ao subúrbio para comprar um pouco de erva (cannabis) para alegrar a festa, que aproveita para inserir uma peça chave à narrativa, o anão de jardim, cujo destino levará ao ápice do longa.

Uma ótima sacada dos roteiristas de Projeto X é a explicação da existência do câmera. Diferentemente de inúmeros outros filmes com este estilo documental, que acabam ignorando a existência do operador de câmera, aqui é apresentado o personagem Dax como sendo simplesmente um cara qualquer que tem uma câmera, mora sozinho e não tem mais nada para fazer além de gravar a festa de Thomas. Sua existência não é ignorada para facilitar o roteiro. Ele torna-se um personagem simples, sem um aprofundamento em sua história, cuja principal finalidade é registrar todo o evento.

Diferentemente destes filmes de comédia adolescente, onde tudo acaba bem com todos, em Projeto X nem tudo acaba bem, num final em que nos leva a pensar sobre o "pós-filme". Imaginamos o que deve ter acontecido com Thomas, Costa, JB e Dax depois dos épicos acontecimentos da festa. Após os créditos há aquelas clássicas explicações sobre o que acontece com os personagens, mas ainda assim criamos estas imagens em nossas cabeças, que nos fazem pensar se vale a pena mesmo fazer uma festa tão grandiosa como esta.




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GR Machado gostaria muito de ser convidado para (ou saber de uma) festa assim.

23/11/2012

Nazistas Lunares de Heil Füher! - Iron Sky



Por durante um bom tempo, a alguns anos atrás, o youtube viralizava montagens de legendas com o trecho do filme A Queda (Der Untergang – 2004) onde Hitler se exaltava com seus oficiais devido às constantes perdas de batalhas e territórios. A produtora do filme, a Constantin Film Produktion solicitou à remoção de todos os vídeos parodiados do filme, alegando não só o uso indevido de propriedade autoral como também à satirização de figura histórica, no caso, o nosso “bigodinho”. Depois da retirada dos vídeos (alguns poucos conseguiram permanecer), poucas sátiras foram produzidas e se mantiveram na rede. Podemos até pensar que estas sátiras não se tratam simplesmente de uma gozação do 3º Heich, podendo ser entendido também como uma homenagem satírica desta cena que entrou para a história do cinema. E seguindo a linha de sátiras e homenagens às cenas que entraram para a história do cinema, não podemos deixar de falar sobre um dos filmes de baixíssimo orçamento, extremamente bem produzido e, pra não dizer ridículo, utilizaremos a palavra “bizarro” para descrevê-lo.

Iron Sky nos apresenta uma história que é genialmente e brevemente explicada em uma pequena cena. Abaixo vocês conferem o teaser trailer que trata-se basicamente dos primeiros 4 minutos do filme. Veja-o e continue a ler abaixo:


Logo após esta cena, nos é apresentado uma sala de aula onde a linda professora Renate Richter ensina seus pequenos e adoráveis aluninhos de oito anos, devidamente uniformizados e com suas pequeninas suásticas enfeitando seus bracinhos. A professora inicia a aula da língua mais “antipatriótica”, o inglês, e falando em inglês, começa um pequeno teste oral:

“De onde nós viemos?” – pergunta a professora.

“Da terra!” – respondem as crianças.

“E quando partimos de lá?”

“1945.”

“E pra onde fomos?”

“Para o lado negro da Lua!”

Resumindo. Em seis minutos de filme, já estamos completamente interados da história. O resto são só homenagens e bizarrices.

O objetivo dos nazistas é voltar para a terra e dominá-la. O 4º Heich, Wolfgang Kortzfleisch, interpretado pelo magnífico Udo Kier, tem como braço direito o esquentado Klaus Adler, que pretende não só liderar uma ofensiva contra a Terra como também assassinar Kortzfleisch e tornar-se o novo Füher.

Na Terra, temos “A” Presidente(a?) dos Estados Unidos (sim, ela não tem nome. É só "Presidente dos EUA" mesmo), que para alavancar sua aceitação do povo para uma reeleição, envia o primeiro negro à lua, o modelo James Washington, e está disposta à qualquer coisa para conseguir seu novo mandato.
Sendo uma sátira ao pensamento nazista, o diretor Timo Vuorensola utiliza-se muito bem de referências de outros filmes, como a cena de Hitler e exaltando com seus oficiais no filme A Queda - citada logo no início -  que neste caso apresenta o braço direito da campanha eleitoral da presidente, a linda Vivian Wagner, exaltando-se com os lideres de sua agência.

Para ensinar as criancinhas sobre a (errônea) ideologia nazista, a professora Richter apresenta uma versão de dez minutos de O Grande Ditador, de Charles Chaplin, passando uma mensagem completamente contrária do que o filme inteiro, mostrando somente “O Ditador” dançando com o globo inflável.

O astronauta/modelo Washington é capturado e submetido à “albinização”, um processo que, como o nome diz, visa transformá-lo em um integrante da raça ariana. Quando o resultado final do processo é mostrado ao 4º Heich, temos a hilária homenagem ao filme Dr. Fantástico (Dr. Strangelove – 1964), de Stanley Kubrick, na cena em que Peter Sellers, interpretando o próprio Dr. Strangelove, está sobre a cadeira de rodas e sua mão direita toma vida, fazendo o cumprimento oficial de “Heil Hitler” erguendo o braço. O mesmo acontece com Washington quando torna-se “albino”.



O filme sustenta-se com tais (e inúmeras outras) referências, aliado ao humor galhorfa com cenas de ação extremamente forçadas, como referencias a outros antigos filmes de ação. O roteiro, que atrai pela mistura de ridículo com genial, faz com que a nossa suspensão da descrença – pelo fato de, durante o filme, forçarmos à acreditar na existência de nazistas na lua – acabemos por aceitar todas as outras bizarrices que o filme apresenta.

Um dos pontos fortes de Iron Sky são os efeitos especiais. Quase que completamente filmado em chroma key, os cenários, máquinas, veículos e objetos criados em CG são impressionantemente bem feitos para um filme com um orçamento de 6,5 milhões de Euros (o que até é alto para uma produção finlandesa, mas não tanto para este porte). E se vocês não rirem com as referências claras ou com as piadas do roteiro quanto às imbecilidades do regime nazista, você vai rir pela simples bizarrice do filme.

Veja abaixo o trailer especial do lançamento internacional do filme em Berlim (irônico, não), seguido de um breve comunicado do diretor Timo Vuorensola.




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GR Machado está puto da cara pelo nome "Deu a Louca nos Nazis" dado ao Iron Sky no brasiu.

21/11/2012

Star Wars em boas mãos... Pelo menos nos roteiros


Lawrence Kasdan
Já era de se esperar que inúmeras notícias sobre o novo filme da saga Star Wars surgissem periodicamente na internet, mas as novidades não estão desviando do próximo filme, o episódio VII, e alcançando os próximos dois episódios da série.

Se as notícias sobre as recusas dos diretores em dirigir o próximo episódio deixam os fãs apreensivos, a mais nova notícia sobre os dois roteiristas contratados para desenvolver as histórias dos próximos episódios da série certamente, fará a alegria dos fãs. Lawrence Kasdan e Simon Kinberg serão os responsáveis pelas difíceis tarefas de escrever os roteiros dos episódios VIII e IX.

Simon Kinberg
Lawrence Kasdan já é um velho conhecido pelos fãs de Star Wars. Ele escreveu o roteiro do que muitos consideram o melhor filme da saga clássica (e por sua vez, de todas as sagas), O Império Contra-Ataca. Já o produtor e roteirista Simon Kinberg, produziu o impecável prelúrdio dos mutantes da Marvel, X-Men: First Class, e roteiriza a sua promissora continuação X-Men: Days of Future Past, com estreia prevista para 2014.

Michael Arndt
Aliando-se a Michael Arndt, que escreveu os roteiros de Pequena Miss Sunshine (2006) e Toy Story 3 (2010), que já foi confirmado como roteirista do episódio VII da saga, com lançamento confirmado para 2015, podemos já estar tranquilos quanto aos roteiros, uma vez que já estávamos aliviados por saber que George Lucas não escreverá nada, somente dará seus pitacos que podem ou não ser acatados pelos produtores.

A maior apreensão dos fãs agora, é a escolha do diretor. Steven Spielberg, JJ Abrams, Brad Bird, Zack Snyder e Gullermo Del Toro, dentre outros, já recusaram suas participações no projeto. Outros diretores também cotados para dirigir a continuação, como Neil Blomkamp, Darren Aronofsky, Joss Whedon e Alfonso Cuarón, ainda não se pronunciaram sobre o assunto.

Maiores informações, vocês só encontram aqui... na Internet!




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GR Machado não admite nem a possibilidade de Uwe Boll dirigir algum filme da saga.

19/11/2012

A Invasão do Mundo – Batalha de Los Angeles

Desde o início do cinema, um dos temas mais representados na ficção é a invasão do planeta Terra por seres extraterrestres, desde adaptações de obras literárias como A Guerra dos Mundos, de Orson Wells até versões quase apocalípticas completamente fantasiosas, como a idealizada por Roland Emmerich em Independence Day. Tomando estes títulos como exemplo, podemos notar as grandes diferenças de extrema fantasiosidade de Indepenence Day e um realismo com olhos civis de A Guerra dos Mundos. Com a nova onda de “invasões extraterrestres” que lotou os cinemas entre 2005 e 2011, com títulos variados como Skyline, Cowboys VS. Aliens e o remake de A Guerra dos Mundos por Steven Spielberg, podemos notar que A Invasão do Mundo – Batalha de Los Angeles se diferencia ligeiramente dos outros, entretanto, obtendo um resultado mais verossímil, se suspendermos a descrença de uma invasão alienígena à Terra.


Sob uma perspectiva documental, com planos movimentados e sempre ao nível dos personagens, somos inseridos dentro da narrativa como se fizéssemos parte do grupo de soldados que deve sobreviver a um ataque colossal de seres extraterrestres à cidade de Los Angeles. Acompanhamos os sobreviventes da primeira massa de ataques, que devem procurar uma base militar segura para fugir dos invasores e do bombardeio ordenado pelo exército para exterminar os alienígenas na região litorânea da cidade.

Durante a narrativa inteira acompanhamos os soldados sem artifícios técnicos cinematográficos com resultados de planos artificiais, como travellings, dollys ou gruas. Aliando o plano ao nível dos personagens e constantemente tremidos, principalmente em momentos de maior ansiedade, como os diversos embates entre os humanos e os alienígenas, ficamos mais próximos da sensação de sobrevivermos junto aos protagonistas.

No início, somos apresentados ao sargento Michael Nantz, interpretado pelo eterno Harvey Dent de Nolan, Aaron Eckhart, que é assombrado pelo seu passado, quando perdeu todos os seus homens em campo de batalha. Sua má reputação é reconhecida pelos soldados que se veem junto a ele, diante deste novo confronto vindo do espaço, ao qual devem se unir para sobreviver.

Aaron Eckhart como Sgt. Michael Nantz
Assim como nos outros filmes com a mesma temática, os protagonistas passam por situações extremamente convenientes, por exemplo quando encontram um pequeno grupo de civis composto por uma mulher, um homem e três crianças, onde a mulher é (aí vem a conveniência) uma veterinária, que além de utilizar seus conhecimentos mais aprofundados de “medicina” ao invés dos primeiros socorros que os soldados aprendem em treinamento. Além de ajudar com os ferimentos dos sobreviventes, a moça ainda ajuda a descobrir o ponto fraco dos corpos dos alienígenas. Estes por sua vez, merecem uma atenção à parte. Diferentemente dos clássicos extraterrestres baixos, esquálidos e com grandes cabeças, estes, mesmo tendo um resquício de formato humanóide, compõem-se de corpos orgânicos e componentes artificiais, elétricos e mecânicos, me fazendo lembrar dos antigos Borgs da série Jornada Nas Estrelas – A Nova Geração. Este conceito de mescla de corpos biológicos e mecânicos nos remete à conceitos atualmente em pauta, como a organização da sociedade com controle de ações e o benefício da longevidade proporcionada por implantes artificiais em corpos deficientes. Mas acima de tudo isso, o cerne da situação, o objetivo de tal invasão, é pelo bem mais precioso capaz de manter vida (diga-se pluricelulares) em qualquer lugar. A água. Sim! Este composto químico que já incitou invasões extraterrestres em diversos outros filmes. Este é um dos pecados de A Batalha de Los Angeles, que tanto prezou por um ponto de vista mais realista e acabou tropeçando no mesmo clichê de muitos outros títulos.

À direita, o alienígena.

Relevando-se as conveniências e clichês do longa, outro ponto que podemos entender é o patriotismo, clássico dos filmes de guerra hollywoodianos, sempre apresentado diante de um discurso motivacional de alguma autoridade, ou colorido com as cores azul, vermelha e branca. Eu disse sim “entender”, pois nada disso acontece. Tirando o nome da cidade onde a trama se passa, não existem elementos clássicos do patriotismo estadunidense, tampouco de quaisquer religiões. Além de mostrar em diversas partes do filme as imagens de ataques em outras cidades do mundo (inclusive Buenos Aires e Rio de Janeiro, mostrando que os roteiristas fizeram o dever de casa das aulas de geografia e aparentemente não confundiram a capital do Brasil com a capital hermana Argentina), entendemos que esta invasão não só poderia acontecer em qualquer outro lugar do mundo, como realmente acontece, nas principais metrópoles terrestres. Mas não me venha dizer que isso acontece também com Independence Day porque em A Batalha de Los Angeles o presidente dos Estados Unidos não pilota um caça para derrotar os invasores. Este presidente é mais real. Ele deixa os soldados fazerem seu trabalho e foge, escondendo-se em algum lugar tão bem escondido que nem ao menos é citado durante o longa inteiro.

A Invasão do Mundo – A Batalha de Los Angeles é realmente um filme divertido e envolvente, pois além de nos aproximar da narrativa com técnicas de direção e fotografia muito bem planejados, também não nos exclui por sermos de países diferentes ou termos crenças e religiões diferentes. Somos todos frágeis humanos que devemos cuidar de nosso planeta e sermos unidos, para que nenhum de nossos semelhantes passe dificuldades e estejamos preparados para chutar a bunda de qualquer extraterrestre metido a besta que queira buscar encrenca conosco.



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GR Machado espirraria em um alienígena para deixá-lo doente e fazê-lo morrer com alguma doença cujos humanos tenham anticorpos.

16/11/2012

Caça aos Alienígenas em Tóquio. Ah! O Japão! - GANTZ

E se quando morrêssemos, fôssemos transportados para um apartamento junto de outras pessoas, e nesse apartamento não há móveis, somente uma esfera preta de cerca de 1,2m de diâmetro? E se na superfície dessa esfera aparecessem palavras dizendo que deveríamos matar alienígenas? Essa esfera abriria duas gavetas contendo armas e logo seríamos transportados para a fora do apartamento, na cidade e usássemos essas armas para destruir alienígenas? Ah o Japão! Fico feliz em ver um mangá com uma temática sanguinolenta e com violência gratuita. Mais feliz ainda quando é feita uma versão anime e um filme live action. Isto, meus camaradas, é GANTZ.


A premissa é basicamente a citada acima. Um jovem chamado Kei Kurono encontra o velho amigo  de escola, Katou, em uma estação de metrô ajudando um bêbado que caiu nos trilhos. Ao ajudá-lo a sair da linha do trem, Kei e seu amigo caem nos trilhos e ambos são aparentemente atropelados pelo trem. Aparentemente! Em um breve piscar de olhos, eles estão dentro de um apartamento sem nenhum móvel além da esfera negra – GANTZ –  e outras pessoas que partilharam de destinos semelhantes, a morte. GANTZ detém o poder sobre a vida destas pessoas, e convoca-as para caçar alienígenas que vivem na cidade de Tóquio.




14/11/2012

Abraham Lincoln: O Malabarista Acrobata Caçador de Vampiros


Quase todos os homens são capazes de suportar adversidades, mas se quiser por à prova o caráter de um homem, dê-lhe poder.” – Abraham Lincoln.

Do que é capaz um garotinho que tem sua mãe assassinada por alguém cuja existência está além da compreensão humana? Matar todos, é óbvio! E aí temos Abraham Lincoln: Caçador de Vampiros. Mas não pense que o longa se trata somente de vingança. Este é o principal ensinamento do mestre do jovem Lincoln, que “abdica” (falsamente) de sua sede de vingança para livrar os EUA (entenda-se “mundo”) dos vampiros.

O diretor cazaquistanês Timur Bekmambetov, que fez sucesso na Rússia com seus épicos vampirescos Night Watch (2004) e Day Watch (2006), alem do blockbuster hollywoodiano O Procurado (2008), está de volta às grandes produções com Abraham Lincoln: Caçador de Vampiros.

Tudo começa quando o jovem Abe presencia o ataque à sua mãe por um homem desprezível e, pelo modo que a atacou, estranho. Já adulto, buscando sua vingança, Lincoln conhece o excêntrico Henry Sturges, que passa a treiná-lo na arte de matar vampiros. Com os antigos fracassos na utilização de armas de fogo, o jovem Abe dedica-se ao treinamento com um machado, utilizado não só para malabarismos como também para decapitar os mortos-vivos.

Como não poderia deixar de ser, um mestre dos efeitos especiais como Bekmambetov utiliza-os com competência, aliando às suas já conhecidas coreografias de lutas corporais, incorporando objetos, armas e cenários às belas cenas de luta entre os personagens. É difícil não imaginar que talvez Timur tenha sido, antes de sua carreira no cinema, um coreógrafo de ballet ou dança contemporânea. As seguidas batalhas corpo a corpo em locais atípicos como um estouro de tropa ou em um trem carregado de prata indo em direção à uma ponte de madeira em chamas, além dos malabarismos com as armas e objetos (vide o próprio Abe Lincoln com seu machado) são o ponto forte do filme.

Na trama, além de buscar vingança, Lincoln deve erradicar os vampiros que começam a se alastrar pelos estados unidos. Fazendo referência aos antigos escravocratas, os vampiros utilizam os escravos como alimento e transformam os humanos em “escravos do tempo”, pois como bem se sabe, um dos “castigos” dos vampiros é não envelhecer, o que para muitas pessoas é algo difícil de se imaginar, vivendo durante eras e vendo as pessoas que mais ama morrerem.


Na primeira parte do filme, vemos o jovem Lincoln treinando e matando seus primeiros vampiros, ao mesmo tempo em que se apaixona pela jovem Mary Todd “Lincoln”. Após alcançar seu primeiro objetivo, Abe decide seguir a carreira política, tornando-se presidente dos Estados Unidos e enfrentando a guerra civil, defendendo a abolição da escravatura contra os Estados Confederados da América, que com a ajuda do “Vampiro Chefe” Adam, interpretado pelo grande Rufus Sewell (protagonista da série The Eleventh Hour), ganha forças sobrenaturais de seus irmãos vampiros.

Diferentemente das fadas dos vampiros de Stephenie Meyer, os vampiros aqui plausivelmente conseguem sobreviver sob a luz do sol sem virarem globos brilhantes de festa. Entretanto, suas outras fraquezas permanecem (em partes ou menor incidência) como crucifixos, prata, fogo, água benta ou decapitação. Para tornar o filme mais dinâmico, Bekmambetov optou por ignorar também os longos e entediantes rituais de transformação de novos vampiros, reduzindo-se à uma simples mordida no pescoço de sua vitima e um pequeno gole de sangue, referencia essa também aos já conhecidos zumbis, cuja simples mordida é capaz de transformar alguém vivo em um morto... vivo.

Além das lutas (que tornam o filme divertido), o 3D é bem utilizado nas cenas de luta, com objetos sendo arremessados, estilhaços de explosões sendo jogados por todos os lados e sangue jorrando pelos ares. Apesar de não ser algo que vá influenciar na narrativa, o 3D faz bem o seu papel de atração alternativa e arrecadação pelos ingressos mais caros.

Com um enredo fraco, sem grandes reviravoltas ou roteiro ousado, Abraham Lincoln: Caçador de Vampiros se sustenta pelas cenas de luta, pelos efeitos especiais e visuais e um 3D que faz “bem” o seu papel... e nada mais. É um filme divertido para quem gosta de vampiros, quem se interessa em história, mais precisamente a Guerra da Secessão dos EUA ou simplesmente por ver sanguinolência e violência gratuita, regada a sangue e muitos malabarismos e acrobacias. Se quiser ver em 2D, sem problemas! Não estará perdendo nada. Mas vendo em 3D, além de também não perder nada, ainda treina sua capacidade de assistir a outros filmes em 3D cuja tecnologia vem melhorado cada vez mais nos últimos anos.



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GR Machado quer um machado igual ao do Abe Lincoln.

12/11/2012

Mercenários Dispensáveis?



Por mais que se possa dizer que estamos órfãos dos filmes de ação dos anos oitenta, pode-se dizer que quanto aos anos oitenta sim, mas os filmes de ação não. Todos os anos, filmes de ação destrutivos e explosivos, que extrapolam o nível máximo que a realidade pode permitir. Filmes como Adrenalina (Crank – 2006), Con Air (1997), Um Drinque no Inferno (From Dusk Till Down -1996), Eclipse Mortal (Pitch Black – 2000), dentre outra vasta gama que se eu citar aqui, é melhor eu parar de viver e digitar (não que todos estes filmes citados sejam bons), fazem parte de uma nova onda de filmes de ação que herdaram o legado dos antigos Comando Para Matar (Commando – 1985), Braddock - O super comando (Missing in Action – 1984), Desejo de Matar (Dead Wish – 1974) ou a saga Rambo. Estes filmes faziam parte de um gênero único que marcou uma geração cinematográfica e deixou muitas saudades em seus fãs, mas não órfãos. Convenhamos! Estes filmes de ação do século XXI fazem bem o seu papel, mas algo nas entranhas de muitos saudosistas ainda se revirava, clamando por uma “galhorfada” clássica dos anos oitenta. Foi então que em 2010, os saudosistas foram presenteados por um de seus maiores ídolos, Sylvester Stallone, com um verdadeiro “Filme de Ação Oitentista”, Os Mercenários. Mas todos sabiam que esta história não terminaria com um só filme.

Sly, depois de longos anos de “molho”, fazendo filmes menores em papéis de pouca ou nenhuma representação cinematográfica, foi coroado e reverenciado como o responsável por acelerar os corações saudosistas com esta verdadeira homenagem aos filmes brucutus. Agora no auge, ele não seria louco de parar e, agora em 2012, lançou a tão aguardada continuação. Os Mercenários 2 é uma verdadeira bomba de adrenalina, injetada direto nos glóbulos oculares dos espectadores que tanto aguardaram o retorno dos mais queridos e agraciados astros de ação.

Já na cena inicial, somos agredidos (no bom sentido) com a invasão da pequena equipe liderada por Barney Ross (Sly) à uma fortaleza militar em algum lugar no oriente para resgatar um bilionário chinês. A sequência de tiroteio, explosões, destruição, sanguinolência e violência gratuita é uma das melhores já vistas em filmes do gênero, e o filme poderia terminar por aí. Digo isso pois infelizmente ele começa a decair e se manter em um nível de qualidade bem baixo, mas não deixando de ser divertido, durante praticamente o filme todo, até voltar à boa qualidade próxima do terceiro ato.
Vamos aos problemas. Na cena inicial, vemos ótimas cenas de luta protagonizadas pelo mestre kung fu Jet Li, que após resgatarem o bilionário, desaparece, e não dá mais às caras durante o filme inteiro, nem mesmo para dar um oi para seus amigos e festejar a derrota do vilão Vilain. De fato, Li teve problemas de agenda, mas custaria colocar ele junto com seus amigos bebendo no bar festejando? Enfim.

Schwarza, Sly e Willis arregaçando os terroristas.

A equipe tem um novo integrante, o jovem Bill The Kid, interpretado pelo irmão do nosso amigo Thor, Chris Hemsworth, o “garoto” (Kid) Liam Hemsworth, cuja especialidade é acertar o pênis de uma mosca a dez quilômetros de distância com o seu rifle batizado de “The Castrator” (estou brincando! Ele é só um exímio sniper). Sua participação, apesar de ser relativamente inútil, dá um ar mais jovial para o grupo, cujos roteiristas aproveitaram para fazer piadas sobre o quão velhos estão estes marmanjos. Já era de se esperar que o garoto já morreria, pois este é um grupo de senhores mau encarados, e Barney precisava de um real motivo para matar o vilão Vilain.

Era também de se esperar uma participação feminina, ao menos mais ativa do que a nossa linda conterrânea Gisele Itiê. Mas será que foi por falta do nosso amigo oriental Jet Li que os roteiristas (na verdade, os produtores do filme) decidiram colocar uma bela ­– e extremamente conveniente hacker e mestre e artes marciais – oriental? A relativamente desconhecida Nam Yu dá vida à Maggie, uma tentativa frustrada de colocar uma mulher bonita / faz tudo e ainda assim inútil, substituta de Jet Li na trama.

Mas o que falar sobre Terry Crews e Randy Couture? Nada. De novo.

Jason Statham tem uma participação relativamente menor, deixando-o com o papel de um simples, porém fodão, integrante da equipe. Ele está bem. É só. Mas não podemos dizer o mesmo do grande sueco – e eterno He-Man – Dolph Lundgren. Ele novamente rouba a cena, mas não se tornando um “mini boss” vilão. Ele passa a ser agora o alivio cômico, atuando como um mulherengo desastrado, dorminhoco roncador de sono pesado e até um falho engenheiro químico formado no MIT que não consegue nem fazer explosivo com minerais encontrados em uma mina (MacGyver o faria com um chiclete e um clips). O engraçado é saber que Lundgren é realmente mestre em engenharia química pela Universidade de Sydney e que seu QI é de 160 (igual ao de Bill Gates e Stephen Hawking). Certamente um personagem indispensável para a(s) continuação(ões) de Os Mercenários.

Sly e Norris discutindo a relação.

As participações mais que especiais de Arnold Schwarzenegger e Bruce Willis como parceiros que ajudam a equipe de Sly a vencer o novo vilão e também participante especial do filme, Jean Claude Van Damme, interpretando o vilão Vilain (agora vocês entenderam os “Vilains” anteriores), são o ponto forte do filme que se sustenta basicamente dos atores que marcaram nossas infâncias e das piadas no roteiro referentes aos filmes clássicos que os consagraram. Talvez um dos pontos altos destas referencias é o breve dialogo em que Arnold e Bruce estão juntos atirando contra os inimigos, quando o Governator fala “I Will be back”, em referência ao Exterminador do Futuro. Eis que o eterno John McClane retruca com “You came back too much! I will be back!” (Você já voltou demais! Eu voltarei!). Dito isso, Bruce corre em uma tentativa de contra-ataque, quando Arnold responde para si mesmo “Yippie Kay Yay”, em referência ao clássico “Yippie Kay Yay, Mother Fucker” dito por John McClane em Duro de Matar (Die Hard – 1988), interpretado pelo próprio Bruce Willis.

É um ótimo filme para se desligar o “botãozinho de critica/bom gosto” e se divertir com os atores mais queridos de nossas infâncias.

P.S.: Não vou falar de Chuck Norris porque se eu disser que ele faz um dos personagens mais inúteis da história do cinema, é capaz de ele entrar aqui em casa querendo me quebrar a cara. Mas já está dito.




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GR Machado gosta da ideia de Chuck Norris não voltar para o terceiro filme.
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