31/03/2012

Arrombacast, Episódio 1, parte 1 (finalmente)

Caros e amados leitores, finalmente conseguimos colocar no ar o primeiro episódio do
Arrombacast, o primeiro videocast do Cinema Arregaçado. Devido a alguns enganos de copyright, a divulgação do vídeo esteve bloqueada o dia inteiro, mas enfim conseguimos a liberação de nosso humilde trabalho.
Peço que apreciem o vídeo e cliquem no joinha para mostrar que nosso trabalho não foi em vão e incentivar-nos a levar mais diversão, cultura e entretenimento para a tela de seu computador, ou celular, ou tablet, ou seja lá onde for que você estiver vendo o vídeo.
Até o próximo!


29/03/2012

Hans Zimmer e as Trombetas de Guerra


Clique para ouvir a música enquanto lê.

Nascido em Frankfurt, na Alemanha, Hans Zimmer iniciou sua carreira tocando teclados e sintetizadores com as bandas Ultravoz e The Buggles. Em 1988 compôs sua primeira trilha sonora cinematográfica para o filme Rain Man (1988).
Com uma composição inconfundível, Hans Zimmer transporta um sentimentalismo concreto para os ouvidos dos espectadores, como uma obra à parte do filme que a utiliza. As obras de Zimmer podem ser apresentadas sem a necessidade de o respectivo filme estar passando na tela.
O início da década de 90 foi marcante para a carreira de Hans Zimmer pois a trilha composta para o filme da Disney, O Rei Leão (1994), rendeu-lhe seu primeiro e único Oscar da carreira, sendo indicado anos depois pelas trilhas de O Príncipe do Egito (1998), Além da Linha Vermelha (1998), Gladiador (2000), a saga Piratas do Caribe (2003, 2006, 2007, 2011), Sherlock Holmes (2009), A Origem (2010), Batman (todos de Christopher Nolan, de 2005 e 2008) e outros grandes sucessos de bilheteria da última década.
Zimmer possui inúmeras singularidades em suas composições como corais e instrumentos metálicos em tons graves, quase como efeitos sonoros de cornetas de guerra ou urros de soldados em batalha. Os sintetizadores eletrônicos também são comuns em suas composições, assim como algumas músicas contendo quase que principalmente instrumentos de corda em temas célticos e barrocos.
Para os próximos anos, Zimmer já está com a agenda cheia de composições como a continuação de Sherlock Holmes, a terceira parte das animações Madagascar e o terceiro Batman, O Cavaleiro das Trevas Ressurge. Certamente são trilhas que estarão tocando nos meus fones de ouvido.

12/03/2012

Os Extraterrestres e suas Invasões

O ano de 2011 foi marcado por filmes sobre alienígenas e suas mais diversas formas de invasão à Terra. Mas não é de agora que estes filmes são lançados em massa nos cinemas. Desde o início da história do cinema, o tema Invasão Extraterrestre é abordado das mais diversas maneiras. Vamos então à uma pequena lista de filmes sobre o tema (sem adentrar nas referências e alegorias que eles representam pois a postagem ficaria longa demais).

Guerra dos Mundos – 1953

Baseado na obra de W. G. Wells e inspirado na narração radiofônica de Orson Welles, Guerra dos Mundos mostra a invasão da terra por uma raça alienígena que caça os humanos com seus discos voadores (no livro original são os “Tripods”, veículos compostos de três pernas que foram mostrados na refilmagem de 2005, de Steven Spielberg), utilizando suas armas para desintegrar os humanos. Prestes a dominarem a terra e subjugarem os humanos, os extraterrestres adoecem e morrem devido aos microorganismos presentes na terra, os quais o ser humano vive harmoniosamente a milhares de anos. Vale a pena conferir.

Invasores de Almas – 1956

O filme mostra uma pequena cidade fictícia no interior da Califórnia onde um médico retorna para sua casa e é avisado por sua secretária que há inúmeras consultas marcadas. Ao saber que os pacientes estão desmarcando as consultas, médico observa que eles estão agindo de modo diferente do normal, descobrindo posteriormente que se trata de uma invasão alienígena silenciosa, onde os invasores tomam a forma (os corpos) humanas. Também vale a pena conferir.


O Dia em que a Terra Parou – 1951

Logo após pousar sua espaçonave em uma praça de uma grande cidade acompanhado de seu ajudante robô chamado Gort, Klaatu é alvejado acidentalmente e é levado para o hospital. Quando se recupera, foge de seu leito e hospeda-se em uma pousada, disfarçado de humano. Lá ele conhece a dona do local e seu pequeno filho. Com sua ajuda, Klaatu encontra-se com um cientista e revela sua identidade, ao que o cientista lhe faz o pedido para provar-lhe seus poderes e, num dia determinado, toda a tecnologia para. Carros, relógios, máquinas e sinais de televisão e rádio, provando ao cientista que Klaatu tem poderes além da compreensão humana. Filme obrigatório para quem gosta do gênero.






Distrito 9 – 2009

Uma raça alienígena estaciona emergencialmente na terra, mais precisamente na África do Sul, onde o governo, juntamente à ONU, cedem uma região, semelhante à uma favela, para que os alienígenas possam viver. Contudo, há regras para que eles possam permanecer lá, e quando um deles desobedece a lei, ele envolve um fiscal humano em uma desesperada fuga, enquanto o próprio fiscal sofre de uma mutação que o transforma aos poucos em alienígena. Com efeitos especiais sensacionais, Distrito 9 é uma ótima pedida de filme para o final de semana.




Enigma do Outro Mundo – 1982

Em uma base científica Norte Americana no ártico, uma equipe de cientistas é surpreendida por um ataque de um ser extraterrestre que assimila a forma humana e extermina seus oponentes. Com Kurt Russel no papel principal do piloto de helicóptero da equipe, eles tentam sobreviver à ameaça do ser que, quando atiçado, assume formas horrendas nos assustam até hoje, trinta anos depois do lançamento. Filme obrigatório para aqueles que gostam de ficção científica e horror.

07/03/2012

Monstros... ou seriam Protestos?


Há muito tempo tentamos descobrir se estamos sozinhos no universo ou se existem outras formas de vida que compartilha desta imensidão que é o espaço, vivendo em seus planetas tão insignificantes quanto o nosso, se comparados à imensidão que nos cerca. A premissa de Monsters é de que cientistas da NASA enviaram para o espaço uma sonda, cujo objetivo é coletar dados e pedaços de pedras e poeira espacial para estudos científico. O problema é que ela cai em um lugar que não estava nos planos, em uma região entre o México e os Estados Unidos, fazendo com que o que foi coletado pela sonda conseguisse sobreviver na atmosfera terrestre, levando então à ideia do filme onde os monstros do título assolam a região cuja área é colocada em quarentena sob os cuidados dos governos dos Estados Unidos e México.
Acompanhamos o fotógrafo Andrew que recebeu a missão de ir ao México e levar de volta para os EUA, Samantha, a filha de seu chefe. Eles passam por dificuldades tentando, por meios legais (e ilegais), retornar ao seu país enquanto Andrew fotografa uma terra destruído pelas bombas lançadas pelos EUA para evitar o alastramento dos monstros. Belas imagens facilmente identificadas contendo efeitos de pós-produção não perdem seu principal intuito de servir de alegoria para um protesto contra as atividades de bombardeios militares dos EUA em outros países, com a desculpa de resolver um problema que inicialmente foi criado por ele mesmo.
Em Monsters, vemos um México arrasado, com ruínas de prédios e destroços de guerra como aviões e tanques, destruídos pelos monstros contra o qual lutavam. Diante destes cenários de guerra, temos o fotógrafo, cujo trabalho é contestado pela jovem Samantha quando lhe pergunta “Precisa que algo ruim aconteça para lucrar com isso?” e eis que Andrew lhe responde prontamente “Quer dizer, como um médico?”. Mais além, Andrew conta uma curiosidade para Samantha: “Sabe quanto o jornal de seu pai paga por uma foto de uma criança morta pelas criaturas? Cinquenta mil dólares. Sabe quanto eles pagam pela foto de uma criança feliz? Nada.”, mostrando uma triste faceta da imprensa.
Quanto ao filme em si, é bonito, tem uma boa ideia e proposta, mas que em questão de roteiro foi fracamente desenvolvido, deixando os belos efeitos especiais contarem a história ao invés do próprio roteiro e desenvolvimento de seus personagens, que são tão insossos e não nos dariam nem um pouco de pena se fossem mortos pelas criaturas.
Se o objetivo do filme era mostrar a história de dois jovens tentando sobreviver em meio a uma zona de quarentena tomada por monstros gigantes, eles falharam miseravelmente. Se o objetivo foi mostrar uma história com monstros gigantes e com apelos nos efeitos especiais, eles tiveram um bom sucesso. Se o objetivo era expressar de forma alegórica o descontentamento com os EUA quanto a bombardeios e uma imprensa extremamente manipuladora e com apelo gráfico, talvez eles tivessem conseguido um sucesso somente com um público mais intelectualizado, mas que infelizmente foi pouco divulgado e rapidamente esquecido.
Abaixo, uma entrevista com Gareth Edwards, diretor de Monsters que também foi responsável por seus efeitos especiais:

02/03/2012

Kill List


Kill List, de 2011, do diretor Ben Wheatley, é uma obra que utiliza de toda a força e toda a liberdade do cinema independente a seu favor. Longe de ser uma obra experimental, o filme se apodera de vários artifícios pouco ortodoxos para alavancar a trama.
Somos apresentados primeiro à vida do protagonista, Jay, com uma longa sequência de cenas de teor familiar, que aos poucos ajudam a construir uma incômoda imagem de que aquelas pessoas, que convivem com discussões e problemas como todos nós, são algo bem mais sombrio do que aparentam ser.
A frieza necessária para o protagonista levar a cabo a lista do título se revela em momentos bem pontuados, como a sua indiferença em simplesmente fritar as entranhas de coelho que misteriosamente aparecem, vez ou outra, em seu quintal . Cena que, inclusive, faz parte de um grande leque de momentos desconcertantes e aparentemente sem explicação.
O filme utiliza-se bem da câmera na mão, trazendo a estranheza causada pela técnica sem jamais tornar as imagens borrões. Quando de fato acontecem movimentos mais rápidos com a mesma, são em momentos perto do clímax do longa, e servem para ajudar na desorientação do espectador.
A montagem e o desenho de som também merecem um comentário a parte. O filme é construído de maneira quase episódica, com poucos momentos de calma, e é comum haver inserções de “black” absoluto entre uma parte e outra. Em outros momentos, como por exemplo, na preparação de Jay e de seu companheiro para “lidarem” com outro membro da lista, o som simplesmente explode em notas dissonantemente macabras, nos fazendo perceber cada vez mais a verdadeira (e aterradora) natureza de tudo.
Escrevendo sobre este filme, o faço de forma deliberadamente vaga quanto aos detalhes da trama. Mas é por um motivo: Kill List é exatamente do tipo de filme que é melhor vermos às cegas, sem nem sequer ler uma sinopse. Como uma forma de descrição do filme, posso apenas falar que ele me fez lembrar levemente de obras como “O Homem De Palha”, “Coração Satânico”, “Alucinações Do Passado” e tantos outros filmes que tratam da descida do homem ao abismo.
O máximo que posso fazer é recomendar, já deixando claro que não é o tipo de filme que carrega o espectador pela mão e se perde com cenas expositivas. Segue o trailer (com uma amostra do clima sufocante que os espera):

01/03/2012

O Horror, o Terror e o Suspense


O cinema de horror, tão fortemente disseminado pelos cinemas com forte apelo comercial, está cada vez mais mudando para melhor (não todos) em seus enredos e narrativas. Antigamente, os filmes de horror em sua grande maioria, apresentavam histórias com assassinos, monstros e outras ameaças que iam de encontro aos personagens principais, mas em praticamente todos os filmes, o mocinho ou mocinha conseguiam sobreviver, escapando do vilão depois de passar por inúmeros empecilhos e perder as pessoas queridas e amadas em mortes sangrentas. Mas desde esta época, pouquíssimos filmes apresentavam o mocinho/mocinha perdendo (morrendo) para o vilão e com a evolução da receptividade do público, mais e mais filmes passaram a dar um fim em todos os personagens principais, deixando o vilão vencer no final.
O fato de os mocinhos perderem e morrerem ao final dos filmes, mostra que o cinema de horror vem mutando e apresentando novas abordagens para assustar o público. Mas muitas pessoas ainda tem dúvidas se o filme que elas irão assistir é Horror, Terror ou Suspense. Vou tentar explicar brevemente as diferenças entre cada tipo, apesar de quase sempre eles andarem juntos nos filmes. Podemos dizer que tal filme é de Horror, Terror ou Suspense, mas na verdade ele pode ser dois ou até os três juntos, mesmo cada um ter uma característica diferente. Vejamos:
Horror
Tanto Horror como o suspense, surgiram da literatura, mas o primeiro romance classificado como Horror é O Castelo de Otranto (horror gótico), de Horace Walpole, escrito em 1764, que narrava acontecimentos dentro de um castelo medieval envolvendo sons fantasmagóricos, armaduras medievais e quadros que observam as pessoas. A partir daí, inúmeros outros contos e romances foram escritos e alguns dos principais autores de literature de horror são Edgar Alan Poe, H. P. Lovecraft e outros da mesma época. Com esta influência literária, o cinema acabou aproveitando-se destas narrativas tão envolventes e assustadoras para adaptá-las ao cinema.
Mas afinal, o que é o Horror?
Horror é uma sensação de repulsa, nojo ou espanto, causado por algo medonho, hediondo. Quando se vê uma cena forte de estupro, tortura, esquartejamento, que envolvam tanto humanos quanto seres extraterrestres ou monstros. É aquela vontade que temos de virar o rosto ou tapar os olhos para não ver aquela nojeira.
Terror
Podemos entender que Terror está dentro do termo geral Horror, mas é um pouco diferente. O Terror é o susto que levamos com situações propícias, geralmente acontecendo no clímax de um momento de suspense. Apresentam cenas e planos rápidos que nos causam aquele susto repentino, como um grito, a cara de um monstro ou um trem passando e apitando logo depois de uma cena silenciosa com um tom de suspense como o personagem abrindo a porta do armário para ver o que há ali dentro.

Suspense
Suspense é o clima em que os filmes de horror e suspense são inseridos. Um filme de horror ou terror sempre tem suspense, mas não necessariamente um filme de suspense possui terror ou horror.
No suspense, somos apresentados à uma situação em que nos colocamos no lugar do personagem e sentimos seu desconforto diante da situação. Alguns podem pensar “Mas se tem suspense, certamente tem horror ou terror, porque o vilão está à espreita”. O fato de o vilão estar à espreita não quer dizer que haverá horror ou terror. Alfred Hitchcock é reconhecido como o mestre do suspense e nunca fez um filme de horror (Psicose e Pássaros podem ser o mais próximo de Horror). Em Festim Diabólico, de 1948 (ao lado), Hitchcock nos apresenta a dois jovens que matam um amigo, colocam seu corpo dentro de um baú na sala de estar e convidam seu professor, a namorada e a família do jovem assassinado para jantar em uma mesa improvisada, montada em cima do baú. Temos aí a apreensão (suspense) de sabermos que o corpo do rapaz está ali dentro e de os convidados da festa não saberem disto e inúmeras vezes quase descobrem o corpo do infeliz, deixando-nos loucos e nos fazendo gritar para os convidados “ELE ESTÁ AÍ DENTRO! É SÓ ABRIR O BAÚ!”.
Vamos então ver um filme de Horror?


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